quinta-feira, setembro 29, 2005

Amor (XXI)

O amor sempre foi uma ilusão. Os amantes sempre viram a lua sorrir durante o dia e o sol brilhar durante a noite.

Amor (XX)

Dois amantes liam tanto Kierkgaard que o amor se perdeu no meio de preconceitos teóricos.

Amor (XIX)

O amor é um suicídio: começa onde acaba.

segunda-feira, setembro 26, 2005

A Passante

Ela passou por mim. Se tal pudesse suceder, diria que o tempo se susteve. Naquele momento tudo flutuava. Os relógios se pudessem teriam parado. O próprio tempo se conseguisse teria cessado. Ela passou por mim.
Era a mulher mais bela que alguma vez vira. Era perfeita. Não há outra palavra. Bela sim, mas não só: perfeita. Uma passante. Mais que isso. Tão bela que forçava a certeza de estarmos perante um anjo. Um anjo sorridente. Ela passou por mim. Eternamente passava por mim.
A minha vida não foi mais a mesma. Quis saber o seu nome. Mas não quis saber quem era. Tive medo que o interior despedaçasse aquela perfeição que vira, aquele rosto que não conseguia esquecer, e cujas palavras não conseguem, por mais que queiram e por mais que eu queira, descrever. É-me ainda difícil sobreviver aquele rosto. Sempre sorrindo. Ela passou por mim.
É-me ainda difícil conviver com a sua presença. É como se, mesmo que inconscientemente, algo me empurrasse para ela. Não sei dizer. Eu era capaz de a amar.

Os Dias

Todos os dias são iguais. O meu, hoje, foi diferente de todos os outros. Pode não ser mais do que a confirmação da regra, mas não podemos esquecer-nos deste estranho caso. Um dia que não foi igual aos outros é uma benção.
Até uma hora do dia, o dia foi igual, tanto que pensei que o seria até ao fim, igual ao que o precedeu e ao que o iria suceder, mas algo surgiu, que apartir dessa hora, marcou o dia como se o acontecimento se tivesse dado no primeiro segundo do dia.
Este dia foi diferente. Mas há sempre um dia como este, em todas as vidas. Um momento de cisão entre a vida e a vida, entre o que conhecemos e o que ignoramos, entre a vida e a vida, ficando o homem no meio.
Hoje eu fiquei no meio. No limbo. Porque hoe foi um dia diferente dos outros. Hoje eu morri.

Amor (XVIII)

A vida disse-lhes que se não parassem de se amar, deixaria de lhes falar. Eles amaram-se, como quem não precisa da vida. E, de facto, não precisavam.

Amor (XVII)

Os amantes sempre temem que não haja caminho. Mas o amor não é a ponte. É a margem. Sem saber, já estão no infinito.

domingo, setembro 25, 2005

Amor (XVI)

Eles temiam que não houvesse nenhum caminho que os levasse ao infinito...
E no infinito estariam unidos...

sexta-feira, setembro 23, 2005

O sonho, visão sofrida do passado...

Hoje fundi-me com a névoa que cobria esta cidade.
Fundi-me com o vento e avancei as paredes de ferro do teu quarto...
Hoje tornei-me incorpórea e foi por isso que acordei na tua cama. Foi por isso que hoje olhei a mesma paisagem com os teus olhos. Foi por isso que viajei no tempo e te vi em sequências de imagens do passado, vi o que ocultaste durante anos sob a máscara...
Hoje vi que as telas do teu quarto eram azuis como o oceano, vi que renascias entre as imagens do engano e da verdade e olhei e eras tu naquele quarto e não o teu passado. Eras tu, naquele cenário e era eu que ali entrava como num sonho iluminado...

Amor (XV)

- Se o mundo acabar, eu ficarei para te amar...- Respondeu-lhe, enquanto percorria a medo o caminho entre os seus desejos.

Amor (XIV)

- Se o mundo acabar, achas que nós teremos um lugar para ficar?- Perguntava-lhe ela.

quinta-feira, setembro 22, 2005

Amor (XIII)

Ele teve medo. Era gravíssimo. Ele amava-a.

Amor (XII)

Ela leu num livro que o mundo ia acabar. Ocorreu-lhe a ideia de que talvez o amor pudesse agora sobreviver.

Amor (XI)

A minha alma não é minha. É tua.

Amanhã

Amanhã é um grande dia. Mas nunca é. Eu anúncio sempre. Mas o dia fica-se sempre pelo anúncio. Nunca é grande. Tem sempre vinte e quatro horas, algumas delas dormidas, outras adormecidas ainda que de olhos abertos, outras jogadas ao vento, e nunca, NUNCA, é um grande dia. O dia estende-se até ao céu, até perto de deus, e pode ir até ao centro da terra, ou mais longe ainda, ao centro de nós, mas nunca chega a ser grande. Pelo menos o meu.

Amanhã é um grande dia. Os olhos abrem-se. E vêem sempre o mesmo quarto. Mesmo que acordem noutro quarto, vêem sempre o mesmo quarto, sempre o mesmo mundo, sempre o mundo, que é um quarto. Não necessáriamente o meu. Grades nas janelas. Porta trancada. Olhar lá para fora ainda dá, mas tocar o dia grande, nunca. Amanhã é um grande dia. Pode ser, mas nunca vai ser o meu.

Amanhã é um grande dia. Para quê o amor se se pode ter um segundo que seja de dor. Por esse instante fugidiu prolongar até ao infinito a base de cada acto humano: dor. O amor é sem dúvida o sentimento mais importante, mas sem a dor, o amor não seria verdadeiro. Só as coisas verdadeiras sentem dor. E o grande dia nunca é um grande dia, porque nunca é inteiramente feliz nem inteiramente doloroso.

Amanhã é um grande dia. É mesmo? Não. É de estatura média. Porquê? Não sei. Ponho o pé de fora da cama. Os meus olhos ainda relutantes em abrir, mas que se foda. Vou ver o mundo assim mesmo, turvo. Nunca o devia ter visto de outra forma. A casa de banho é a mesma. Ponho o cd com que adormeci no dia anterior a tocar e lavo os dentes. Lavo a cara. Lavo tudo. Menos a alma. A promessa de um grande dia ainda não se esvaiu por completo com estas actividades rotineiras, nem mesmo com o vislumbre do dia igual ao anterior.

Amanhã é um grande dia. Mas amanhã nunca chega. E é por isso que nunca chega a ser um grande dia. Amanhã é o hoje distorcido, sim, mas igual. É o mesmo. Saio de casa. É igual a rua. É igual o gato. É igual a puta da velha à janela às sete da manhã. Tudo é igual. Irei correr para os teus braços, como um ser igual, e tornar-me-ei igual a mim mesmo. E o amanhã continuará uma promessa. O dia grande há-de chegar. Amanhã.

quarta-feira, setembro 21, 2005

A prisão de onde te escrevo...

A vida, por vezes, consegue encerrar-nos numa prisão de angústia e de medo... Sempre foi assim o meu amor por ti e temo que seja sempre deste modo que o viverei, enclausurando a felicidade que sinto com o pânico que o mundo se abata sobre o nosso leito...
Não existem mundos perfeitos, não existem sonhos, a não ser os que fabricamos à custa de muitas lágrimas e desgostos... Eu também gostaria de ser, meu amor, um mar de tranquilidade para te alcançar em momentos de cansaço, de doença ou de medo e não consigo, não consigo... As paredes desta jaula em que vivo abatem-se sobre os meus dias, e o tempo que temos é tão pouco e não consigo aprender a viver um dia de cada vez... O tempo é tão injusto... E a distância já devia fazer parte de mim, mas não aprendo nunca a esquecê-la... Estás longe e ausente demasiado tempo e no entanto, sempre tão perto, tão dentro que me pergunto imensas vezes se faremos já parte de um mesmo ser?
Palavras de quem ama, toldadas pela paixão e pelo encanto, já nada vejo a não ser a dor que me alcança e a saudade de te rever numa qualquer janela de oportunidade deste nosso mundo ausente... Palavras de quem se fere e luta todos os dias à espera de um dia que nunca virá... Palavras de quem se esgota, mas faz do seu corpo um estandarte do amor e da vontade!...
Palavras sofridas na prisão de onde te escrevo...

sexta-feira, setembro 16, 2005

Amor (X)

E o amor que lhes fervia não os consumia... O amor era a única razão pela qual sobreviviam às mentiras...

Amor (IX)

Porém a dor não os abandonava... E a mentira não lhes servia...

Amor (VIII)

De vez em quando, eles gostavam de pensar no amor como uma coisa menor que a vida. Mentir, no fundo, para que a dor fosse menor.

Amor (VII)

O amor como o abismo, só se consuma na queda.

quinta-feira, setembro 15, 2005

Amor (VI)

Mas os abismos, mesmo os mais intransponíveis, podem, por vezes, ser vencidos... E amor que lhes nascia todos os dias, de forma cada vez mais intensa, atrevia-se a galgar o precipício que os distanciava um do outro...

Amor(V)

Um amor assim, tanto poderia exaltá-los como destrui-los... E eles sabiam-no...

quarta-feira, setembro 14, 2005

Amor (IV)

Havia melancolia nos olhos. Havia um abismo entre os dois. Havia um amor incapaz de cair.

Amor (III)

O amor deles era impossível. "O amor não existe" tentavam dizer. E ainda assim, amavam-se.

Amor(II)

Há amores que só podem viver no Inverno... Quando muito no Outono...

terça-feira, setembro 13, 2005

Amor (I)

O céu está de um azul impossível, mas para eles é sempre Outono.

domingo, setembro 11, 2005

Jogos Olímpicos

Dois homens e uma mulher. Num compartimento fechado. Pequeno. Mas suficientemente espaçoso para que, os dois homens e a mulher, dispostos em triangulo, possam ter cada um, o braço direito esticado, com uma arma na mão, enconstada á têmpora do colega do lado. Não há tensão. Não há mesmo. Não é hipócrisia minha. Parecem espectros. Sem alma. São coisas vazias, aqueles homens, e aquela mulher. As paredes, o tecto e o chão, tudo branco. Há uma câmara em cada ângulo superior, apontada para o triangulo que aquelas três pessoas formam. Que espetáculo bizarro.
Estão super concentrados. Em quê? Não se sabe. Ouve-se um som. Todos contam em silêncio. (3, 2, 1) PUMMMM!!!
Dispararam todos. Ao mesmo tempo. Morreram todos. Ao mesmo tempo.
A equipa (proveninente da Alemanha) ganha a medalha de homicídio sincronizado. Infelizmente, não podem receber as medalhas.

sábado, setembro 10, 2005

Contigo ao pé do Douro...

Passear contigo ao pé do Douro foi como um sonho...
(E há mais um cúmplice na estória que ensaiamos)

sexta-feira, setembro 09, 2005

Psiu...

Não precisas duvidar do amor que sinto por ti... Não duvides nunca... Seria matar-me...

Uma estrada de saudade...

Quando as saudades me sufocam já sei como escapar à sua mágoa, já sei guardar-te no sigilo e isolar-me num abrigo onde te tenho comigo... Ficas só tu e as memórias desta estória onde permaneço acorrentada... Existes só tu e a distância que nos guarda de uma estrada...

Deus (II)

Cito Pedro Mexia, que parafraseia Voltaire, para aqueles que não acreditam em Deus:

"Até Voltaire escreveu isso: que era um fundamento errado que podia levar a acções boas. Não é preciso que o amor exista, assim como não é preciso que Deus exista. Basta que a crença no amor (e em Deus) tenha significado, dê sentido, tenha efeitos. "

quarta-feira, setembro 07, 2005

Deus

É inútil tentar explicar a minha crença em Deus, porque é impossível. Quem não acredita jamais terá a coragem de passar a acreditar por alguma coisa que leu ou conversou, pelo menos imediatamente. Mas, ainda perante a inútilidade da explicação (que nem eu sei como dar), apetece-me falar sobre isto.
A crença é recente. Sempre fui ateu céptico, pondo em causa o ateísmo e a existência de Deus. Mas, quando a resolução veio, não duvidei mais, foi instantâneo. Porque sei-o tão bem como se sabe quando se ama alguém, é um crescer em fundo, indesmentível. No fundo, sempre soube, e só agora descobri que sabia, ou só agora soube que sabia.
Há muitos preconceitos em relação a Deus. Algumas pessoas têm medo dessa crença tão bonita. E mesmo que, a princípio não faça sentido em nós, basta olharmos para o mundo (que é sempre a melhor solução, olhar para o outro, e descobrir que é igual a nós): cerca de 98% da população mundial acredita em Deus (sendo Judeu, Cristão, Muçulmano, o que for, mas acredita). As pessoas sabem. Aqueles povos que nunca tiveram contacto com a civilização moderna, acreditam em Deus. Os nossos ante-passados, todos, acreditaram em Deus. Deus está tão presente agora como sempre esteve, mas como Nietzsche disse "a ciência matou Deus", os progressos tecnológicos afastam-nos da essência das coisas, da alma das coisas, as pessoas vêem tudo muito mais mecânico. E não deviam.
Deus está em tudo, e no entanto, só encontra quem quer encontrar. Quem está disposto para o fazer.
Não consigo definir Deus, assim como não consigo definir o amor, porque é infinito e indefinível, e porque são o mesmo, não um só, são duas coisas separadas, ou mesmo várias, mas são o mesmo, Deus e o Amor.

(sinto que voltarei a este assunto algumas vezes)

terça-feira, setembro 06, 2005

Despertei com as tuas palavras hoje...

«Hoje o dia amanheceu a chorar, no entanto vinha provido de um cheirinho de terra molhada que nos entontece... Será que toda a beleza tem que estar, necessariamente, embrulhada em algum sofrimento?...»

Às vezes penso nisso, meu amor, mas não quero acreditar que seja verdade...
Amo-te... E isso terá que ser tudo...

segunda-feira, setembro 05, 2005

The Problem of the Question

"Life is but a memory
happened long ago
theather full of sadness
for a long forgotten show"
Nick Drake

Porque será que estas palavras me dizem tanto?

domingo, setembro 04, 2005

Quantos?...

«Quantos caminhos e razões o coração permite a si mesmo para alcançar o que deseja!»
(Alexandre Dumas, Dama das Camélias)

Amo-te, não me canso de to repetir...

Perguntaste-me: "Achas possível sentir-se saudades do futuro que ainda não se viveu?"

Sim, são possíveis saudades do futuro
Talvez sejam estas o pior tipo de saudade... Porque não arrastam consigo o sabor adocicado das memórias vividas do passado... Arrastam apenas a ilusão da perfeição que nos engana e nos faz viver olhando para trás, na dúvida permanente de termos deixado passar talvez o sonho pelo qual sempre esperamos... Há que saber lutar contra esta máscara, as saudades do futuro são ervas daninhas que nos toldam os sentidos... São um engano... Palavras de quem nada sabe, mas que já viveu um pouco para sentir o que muitos dizem ser impossível... Não pretendi nunca iludir-te os sentidos... Penalizo-me por te embriagar desta forma... Mas não soube mostrar a tempo que há um imenso mundo que me devora... Tal como a querida Nastenka das Noites Brancas, pedi-te quase pateticamente que não te apaixonasses... Ou pelo menos que não o fizesses antes que isso acontecesse em mim...
Eu tenho imensa dificuldade em confiar em alguém... Tu magoaste-me... Ridicularizaste-me sem qualquer necessidade...
Preciso cuidar de mim, são já tantas as feridas, cada vez mais sinto que preciso escudar-me do mundo, do mundo que não foi feito para me receber, ou para o qual não fui feita para viver... Pensa que sou louca, se quiseres, já nada me preocupa, neste meu cantinho de sonhos, eu sinto-me protegida, sinto que nada nem ninguém me poderá atingir, sou cobarde, sim, nunca te escondi isso... Mas não pedi para nascer assim, e acredita que luto imenso para mudar, luto todos os dias, mas há essências que não se perdem nunca... E a vida às vezes aproveita-se que somos frágeis para nos pregar algumas partidas... Um somatório de situações difíceis aliadas a uma predisposição genética para uma fragilidade assustadora, resultaram no ser que começaste a conhecer de forma rápida e intensa... Sou culpada por te deixar pensar que seria capaz de abandonar este casulo... Não sou... Não ainda... Não contigo... Ri-te do meu sentido “dramático”, como lhe chamas, não espero que me compreendas, não espero que consigas ver o que vejo... Tu foste maravilhoso ao seres autêntico e genuíno, agradeço-te tanto por isso... Por isso deixa-me ser autêntica também...
És um querido, M.... Não pretendo nem nunca pretendi fazer-te mal... Por isso é melhor deixarmos as coisas como estão... Sinto-me nervosa e triste por sentir que o que me afasta das pessoas sou eu mesma, sou eu que não consigo enfrentar as situações, sou eu que me acobardo, sou eu que não me vejo como uma mulher plena, sou eu que tenho uma forma diferente de ser e de estar que não encaixa em nenhum lado... Quero estar só... A decisão é minha, a opção é minha e ninguém pode interferir nisso... Quero estar sozinha o tempo que precisar, ainda que seja muito, ou seja sempre... Não quero pensar agora nisso, só quero fazer as coisas a pensar em mim, só em mim, deixa-me ser egoísta, preciso sê-lo, sou dona do meu corpo, da minha mente e tenho de amar-me em primeiro lugar... Nem que seja uma só vez na vida eu vou amar-me em primeiro lugar... Preciso amar-me... Eu preciso cuidar de mim... Há demasiadas feridas para sarar...
Fui inconsequente ao entrar assim na tua vida... Perdoa-me por isso... E continua a acreditar e a sonhar como até aqui, ou antes, sonha mais ainda, porque encontraste alguém que também sonha muito e que precisa acreditar, como tu, que os sonhos são possíveis... Não te entristeças, faz-me esse favor, não te arrependas do que foi dito ou feito... Fomos autênticos e isso já não existe... E isso só pode deixar-nos felizes...
Tu disseste-me um dia que eu seria muito feliz... E eu devolvo-te essa clarividência futura, com todo o carinho que existe em mim e que tu mesmo absorveste desde o primeiro olhar... Tu vais ser muito feliz... Vais... Terás de o ser... Tu és genuíno e querido demais para não seres amado... Só vai ser preciso que a princesinha encantada descubra por onde andas... Sabes que isto dos príncipes e princesas encantadas é confuso, é preciso desenrolar um verdadeiro novelo engelhado para se desembaraçar o fio de Ariadne que nos levará até ao lugar do paraíso... Eu continuo a acreditar... Prometes que fazes o mesmo?...

Beijinho
(Agosto 2005)

Um tempo e um espaço inquebráveis...

Encontro-me alheada da realidade, parece que furtei ao tempo um espaço impensável... Jamais sonharia com uma semana assim, e no entanto eis que das sombras se erguem os braços distantes com que sonhava, alcançando-me no quarto onde te aguardo há já demasiados anos...
O nosso sonho partilhado findou hoje de manhã... Partiste e eu não posso saber quando te verei de novo...
Ainda moras aqui, sabes?... As tuas cores, os teus gestos... O teu corpo e o teu cheiro estão gravados nas paredes que calaram o nosso encanto... Sinto que este espaço te guarda para que a saudade não devore a prudência de querer amar-te assim distante... O mundo não é lugar de sonhos... E é por isso que nem tu, nem eu o habitamos...

O Regresso...(Palavras de uma futura colaboradora do blog)

«O regresso... Porque voltamos sempre de algum lado, fado de um movimento perpétuo! Nunca desejaste permanecer estática, congelar o sentir e o devir de todo o teu ser? Seria esse estar química de bem, sem dor ou angústia, ausência ou desejo de mais, de diferente, de um tu, de um nós,...?
Conheci-te mais um pouco e entraste dentro de mim. Sinto-te a mexer, sem aviso, sem amálgama, parece que pertences aqui, que este teu andar por dentro de mim tem caudal de pertença......E agora? Desprovidas da próximidade física seremos capazes? Voltaremos a sentir? Quando te posso beijar de novo o olhar num respirar partilhado? Que boa a lembrança do teu acordar ao toque meu.... Espero-te»

(Carla L.)

sábado, setembro 03, 2005

Medo ou resignaçao?

Nao é que tenha medo de ao voltar nao encontrar a mesma pessoa. Tenho medo é que o amor dessa pessoa ja nao seja o mesmo, ou nao exista.