É inútil tentar explicar a minha crença em Deus, porque é impossível. Quem não acredita jamais terá a coragem de passar a acreditar por alguma coisa que leu ou conversou, pelo menos imediatamente. Mas, ainda perante a inútilidade da explicação (que nem eu sei como dar), apetece-me falar sobre isto.
A crença é recente. Sempre fui ateu céptico, pondo em causa o ateísmo e a existência de Deus. Mas, quando a resolução veio, não duvidei mais, foi instantâneo. Porque sei-o tão bem como se sabe quando se ama alguém, é um crescer em fundo, indesmentível. No fundo, sempre soube, e só agora descobri que sabia, ou só agora soube que sabia.
Há muitos preconceitos em relação a Deus. Algumas pessoas têm medo dessa crença tão bonita. E mesmo que, a princípio não faça sentido em nós, basta olharmos para o mundo (que é sempre a melhor solução, olhar para o outro, e descobrir que é igual a nós): cerca de 98% da população mundial acredita em Deus (sendo Judeu, Cristão, Muçulmano, o que for, mas acredita). As pessoas sabem. Aqueles povos que nunca tiveram contacto com a civilização moderna, acreditam em Deus. Os nossos ante-passados, todos, acreditaram em Deus. Deus está tão presente agora como sempre esteve, mas como Nietzsche disse "a ciência matou Deus", os progressos tecnológicos afastam-nos da essência das coisas, da alma das coisas, as pessoas vêem tudo muito mais mecânico. E não deviam.
Deus está em tudo, e no entanto, só encontra quem quer encontrar. Quem está disposto para o fazer.
Não consigo definir Deus, assim como não consigo definir o amor, porque é infinito e indefinível, e porque são o mesmo, não um só, são duas coisas separadas, ou mesmo várias, mas são o mesmo, Deus e o Amor.
(sinto que voltarei a este assunto algumas vezes)