quinta-feira, maio 25, 2006

Suspendo as Noites Brancas por tempo indeterminado.
Um dia ainda voltarei aqui...

terça-feira, maio 23, 2006

a minha participação no noites brancas acaba aqui, como acabou ali. vemo-nos por aí.

Rui Miguel Brás.

quinta-feira, maio 04, 2006

Ensaio X

apodreceram-lhe as mãos. a noite instalou-se com urgência, ela mal reparou. e com a sede da luz veio a morte, de unhas lascadas pela atribulação diária.
de súbito, a carne despia-se. a pele beijava o chão. os ossos experimentavam agora a liberdade.
de nada lhe servira escrever.
pensara, com o pânico da noite repentina, que um papel a salvaria.

quarta-feira, maio 03, 2006

Ensaio IX

a saia vermelha com que esboças os movimentos em torno dos plátanos desconcerta-me.
olho para o albatroz. por vezes imagino q viajas dentro dele. fazes mais parte do céu do que alguma vez farás daqui.
e Visconti passeia nas tuas mãos que não vejo. e embebedo-me de palavras. e descentro-me do universo possível e mergulho no limbo magnético dos malogrados impossíveis a que resistimos.

sábado, abril 29, 2006

Ensaio VIII

acontecera.
o medo passara a possuí-la.
vivia agora aos tropeções pelas calçadas, o ventre em chamas, o peito negro. vivia, mas era como se jamais voltasse.

domingo, abril 16, 2006

Ensaio VII

Chove tanto. Percorro os lugares antigos.
Não estás lá.
Chove na rua, caminho descalça, nada vejo, sigo pelas avenidas estreitas, quase cega. Corro. Grito por ti. Não vens.
Chove tanto, tanto. Ninguém vê as lágrimas que escorrem do céu, do paraíso no meu olhar. Corro por ti, para ti, em ti. Não te encontro.
As ruas desabam sobre mim, sinto as pedras da calçada nuas. Caiem paredes, muros e telhados. Desabam sobre mim as estruturas fixas da vida.
Choro e comigo chora todo um céu numa tempestade irrepetitível.
Nenhum sinal de ti.
Grito e comigo os relâmpagos. Grita por ti todo o meu corpo. Grito. Grito. E os relâmpagos e o vento e as águas. Corro tanto.
A chuva dissolve-me a vontade. Desapareço pelas valetas. Escoo com as águas.
Desapareço e comigo tudo que sinto e as memórias e a mágoa e a saudade...

sexta-feira, abril 14, 2006

ensaio. em saia.

com os olhos rasos de cansaço e do alcool tragado, peço que ma tragam de volta. meu corpo dormente da vodka e da saudade. e tudo em mim me parece errado. e nem sequer estou em frente ao espelho. estou cansado de me saber miserável, e de me saber sozinho sem o seu corpo como escudo protector. sim, quando me sugas inteiro, é como se me puxasses para dentro de ti. mas agora, fora de ti e demasiado dentro de mim, só me sei vazio. isto não é uma promessa, se eu soubesse prometer, prometia amar-te para sempre, mas a eternidade nem existe, e eu tenho medo de prometer e cumprir e que tu não queiras promessas dessas, e que eu não saiba ser forte o suficiente para te deixar. para te deixar ser feliz.