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Ensaio VII

Chove tanto. Percorro os lugares antigos.
Não estás lá.
Chove na rua, caminho descalça, nada vejo, sigo pelas avenidas estreitas, quase cega. Corro. Grito por ti. Não vens.
Chove tanto, tanto. Ninguém vê as lágrimas que escorrem do céu, do paraíso no meu olhar. Corro por ti, para ti, em ti. Não te encontro.
As ruas desabam sobre mim, sinto as pedras da calçada nuas. Caiem paredes, muros e telhados. Desabam sobre mim as estruturas fixas da vida.
Choro e comigo chora todo um céu numa tempestade irrepetitível.
Nenhum sinal de ti.
Grito e comigo os relâmpagos. Grita por ti todo o meu corpo. Grito. Grito. E os relâmpagos e o vento e as águas. Corro tanto.
A chuva dissolve-me a vontade. Desapareço pelas valetas. Escoo com as águas.
Desapareço e comigo tudo que sinto e as memórias e a mágoa e a saudade...

Incrível!!! Isto parece algo que eu mesma escrevi há uns anos...
Céus... medo!
Ema

curiosas certas cumplicidades, não é mesmo?
Um abraço

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