« Home | Diário de um "Antropólogo em Marte" (II) » | Prelúdio... (Foi assim que aconteceu) » | Retrato » | A dor vivida em silêncio » | Um lago de chamas » | Amor (XX... já perdi a conta...) » | Diário de um "antropólogo em marte" (I) » | Para quando regressasses... » | Deixar-te ir... » | Viver dentro de mim »

Pablo Neruda (O Vento na Ilha)

«O vento é um cavalo:
ouve como ele corre
pelo mar, pelo céu.

Quer levar-me: escuta
como percorre o mundo
para levar-me para longe.

Esconde-me em teus braços

por esta noite apenas,
enquanto a chuva abre
contra o mar e contra a terra
a sua boca inumerável.

Escuta como o vento

me chama galopando
para levar-me para longe.

Com tua fronte na minha

e na minha a tua boca,
atados os nossos corpos
ao amor que nos abrasa,
deixa que o vento passe
sem que possa levar-me.

Deixa que o vento corra

coroado de espuma,
que me chame e procure
galopando na sombra,
enquanto eu, submerso
sob os teus grandes olhos,
por esta noite apenas
descansarei, meu amor.»

in Os Versos do Capitão