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Vejam

Vejam?
Aqueles braços estão cansados. Da fronte escorrem lágrimas escassas. A fonte escorre dentro dela. E dentro dela há um abismo. Cairam lá todos os sonhos que tivera em menina, quando corria à volta das galinhas e construia mansões com dois trapos condensados em magia.
Os portões do futuro estavam ainda abertos, à sua espera.
Vejam?
São aqueles olhos os mesmos que dormiam no passado? Os mesmos que brilhavam e rasgavam um sorriso em todo o lado?...
Os cabelos cor de cobre que pendiam sobre a inocência e o corpo nunca tocado...
Vejam...
Era ela, eu via-a suspensa na ponte do precipício, quando ainda pensava que voar se fazia não com as mãos, mas com o olhar...