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Estrada

80 km de estrada vazia. Luzes delirantes. A noite. E pensar que conduzir a vida é bem mais difícil. Acelero. As curvas. Viajo em silêncio. As curvas. Tropeço nas curvas. Da vida.
Conduzir à noite, num frenesim de luzes, rende-me à evidência da noite. Sinto paz.
A solidão acompanha-me, mas já não dói. Fica sentada ao meu lado, no lugar do passageiro.
À noite, quando conduzo, há sempre um passageiro. A Solidão ou a Tristeza degladiam-se quase mortalmente. E há sempre uma delas q viaja comigo. À noite sempre.
Ás vezes viajam as duas. Viajamos as três. E olhamos placidamente as estrelas.
As estrelas ao longo dos 80 Km de ontem.
O pé no acelerador e as curvas da vida naquela estrada morna que uso apenas para silenciar a vida.