Carta de suicídio (parte 3)
(...) A filosofia e os amantes da retórica. As luzes de Néon. A marina de Vilamoura. Sabes quem eu sou? A camisola azul tem uma mancha de lixivia que deixa antever uma alma manchada de camisola azul. Que me lembra de novo os pedaços de carne estufada. Toda a gente tem pedaços de carne estufada menos eu. Não há ninguém que eu compreenda. Parece. Estou com alzheimer. Não me lembro do que estou a pensar e o que penso é o que escrevo. Estou é bêbedo. O Nuno diz que quer foder a Rita. Quero não pensar. Quero que se fodam todos. O livro. Tem tudo o que preciso. Camisola azul. Lixivia. O Autocarro vai-se embora. Eu também quero ir. Deitar-me no muro e adormecer à chuva. (...)