Carta de suicídio (parte 2)
(...) os edifícios choram. Eu vejo as lágrimas. São a roupa estendida.
Uma coisa é uma coisa e cada coisa é a coisa que é. E nunca é mais que isso. É tudo o que sabemos. Estou sozinho. Tenho muita gente à minha volta, ou seja, estou sozinho. Ando pelo telhado do meu pensamento, por cima do que eu sou e nunca sei o que piso. Centro comercial próprio - vou vender lá os meus pensamentos. Não. Vou dá-los de graça. Afinal, eles não valem nada. Mas eu continuo a pensar nos teus seios. E em sorrisos e em tudo o que comi ao almoço. A loiça suja. Penso na morte de um amigo. E eu continuo a fingir que estou vivo e toda a gente acredita. O computador muda a hora sozinho. O homem pisou a lua. Há muita gente râncorosa. O meu coração é um cancro. Não sei quem sou eu. Inventa-me. (...)
Uma coisa é uma coisa e cada coisa é a coisa que é. E nunca é mais que isso. É tudo o que sabemos. Estou sozinho. Tenho muita gente à minha volta, ou seja, estou sozinho. Ando pelo telhado do meu pensamento, por cima do que eu sou e nunca sei o que piso. Centro comercial próprio - vou vender lá os meus pensamentos. Não. Vou dá-los de graça. Afinal, eles não valem nada. Mas eu continuo a pensar nos teus seios. E em sorrisos e em tudo o que comi ao almoço. A loiça suja. Penso na morte de um amigo. E eu continuo a fingir que estou vivo e toda a gente acredita. O computador muda a hora sozinho. O homem pisou a lua. Há muita gente râncorosa. O meu coração é um cancro. Não sei quem sou eu. Inventa-me. (...)